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segunda-feira, 31 de maio de 2010

Dificuldades em lidar com o meu filho? Será que está em Depressão? O que é uma depressão? O que fazer?

- Tendo em ponto de vista, a flutuação do amor e dos afectos, frequentemente verificada, só pode ser reintegrada no campo da normalidade pondo, deste modo, a questão dos limites dos estados Depressivos identificados como patológicos.

É claro que este problema, não é específico da adolescência mas adquire uma acuidade particular, dimensão essa que os resultados de diversas investigações epidemiológicas mostram claramente, tal como as dificuldades em colocar “ a depressão” do adolescente num quadro nosográfico rigoroso.
À abordagem nosográfica baseada no modelo de compreensão dito categorial em que estados patológicos, em particular os depressivos, constituem tantas identidades distintas umas das outras e da normalidade, opõem-se a compreensão psicodinâmica e psicoterapêutica onde domina o modelo de compreensão dimensional constituído por um “continuum” que vai de mais normal ao mais patológico, sem “solução de continuidade” muito clara. No entanto na sua intervenção o clínico necessita de critérios de julgamento e de avaliação, sem os quais esta arrisca-se a ser entregue a uma pura subjectividade. Isto leva-nos apresentar a clínica dos estados depressivos na adolescência como sendo construída por uma serie de quadros clínicos ou de estados ligados uns aos outros, podendo eventualmente suceder-se, mas apresentando diferenças identificáveis, que podem suscitar atitudes terapêuticas diferentes.
Sendo este os Quadro Clínicos patológicos a depressão na adolescência:

- Morosidade
- A crise Ango-depressiva
- O episódio depressivo Major
- A Depressividade.

Falando em cada ponto especifico para tentar diferenciar os estados depressivos no seu filho;

TRISTESA E MOROSIDADE NA ADOLENSCENCIA.

Por tristeza designamos os afectos, as emoções, as sensações de natureza triste porque sente num dado momento um adolescente uma grande parte que eles próprios auto intitulam “a fossa”.
O aborrecimento é um dos estádios em que os jovens adolescentes costumam ter presente no dia-a-dia perante a sociedade e todo o mundo.
O aborrecimento caracteriza-se por uma falta de interesse, uma sensação que o tempo não passa, que não vale a pena esforçar-se para obter algo, em que tudo é sempre igual (pensamentos dos adolescentes). No entanto, na base do aborrecimento existe enumeras espécies de espera: o aborrecimento e caracterizado por uma espera ténue de algo e por uma incapacidade de suportar esta espera.
Se encontramos o aborrecimento em todas as idades, é talvez na adolescência que o mesmo constitui a sensação mais frequente e mais duradoura, o adolescente aborrece-se, só ou em grupo, os amigos aborrecem-no, os pais aborrecem-no, o mundo simplesmente aborrece-o…
Tendo no ponto de vista, o aborrecimento pode ser uma defesa contra emoções e pulsões vividas com uma intensidade excessiva. No entanto, pode ser acompanhado por uma inibição de afectos, motora, do pensamento e pode acentuar o desinvestimento.
O aborrecimento corresponde, em termos psicopatológicos a uma tentativa de afastamento do objecto em causa.
No entanto, a experiencia do aborrecimento e essencial na adolescência, com a concomitante experiencia do tempo vivido. Para o psicanalista o aborrecimento corresponde, em paralelo, a uma erotização do sentimento de adoração, a uma tentativa de controlo anal do tempo. no decorrer das cura analíticas, é frequentemente utilizado o aborrecimento um impedidor do aparecimento das emoções depressivas e, a este nível, pode ser considerado como uma defesa contra a depressão.

A MOROZIDADE

A morozidade trata-se de um aspecto em particular como retratei a pouco “a fossa”, de todo o adolescente, tendo sido descrito inicialmente pelo psicanalista Pierre Mâle. Para este último: “não encontramos ainda outras palavras para definir este estado particular em alguns adolescentes, que não e a depressão o seu carácter de angústia, de inibição formal, de culpabilidade expressa, sendo também não psicótica ou psicose… é um estado de manifestação, sobretudo, uma recusa interna em investir num mundo dos objectos, dos seres, e principalmente de si próprio… para o adolescente, nada serve para nada, o mundo fica vazio.
Isto pode parecer depressivo, mas não é integrado no quadro tímico. São compatíveis com uma energia aparentemente conservada, que actualmente é muito frequente, assim Pierre Mâle dá-nos a entender a diferença entre a depressão e a sensação ténue, difusa, e no limite normal e do patológico. Podemos encontrar algumas linhas comparáveis ao aborrecimento e á morozidade, sendo a morozidade um estado instável, susceptível mudar, mantendo o adolescente num estado de desinvestimento, mas, simultaneamente, também pronto em investir em algo, num estado de expectativa, contestando qualquer esperança.

O HUMOR DEPRESSIVO

É um olhar desvalorizante sobre si próprio que vem colorir de desprezar as representações, as actividades e aos seus afectos. Este humor depressivo pode ser acompanhado por crises de choro e impressões de tristeza geral.
Mas, o que caracteriza mais na adolescência, são as mudanças bruscas e repentinas do humor, é uma espécie de instabilidade afectiva ligada a sucessão de imagens mentais de uma espécie de tristeza a uma relativa excitação aquando de um telefonema de um amigo que passa, do aparecimento de uma ideia, que o tira dessa mesma tristeza.
Estas mudanças bruscas de humor levam o adolescente a passar de fases de exuberância ou de júbilo a momentos de isolamento e de choro. Só no seu quarto, o adolescente é tomado por crises de choro ao longo do dia ou, mais frequentemente, á noite. Esta labilidade emocional pode levar os pais a pensar que o adolescente não é sincero, o que seria um erro grave e crítico, precisamente, esta labilidade emocional é característica da adolescência podendo também ser uma das causas do sofrimento psíquico deste período.
Este humor depressivo pode durar duas a três horas, por vezes todo o dia, excepcionalmente três a quatro dias ou mesmo a semana toda. Quando existe um prolongamento do humor depressivo representa uma ameaça, podendo levar a um estado depressivo duradoiro no qual se associam as outras manifestações evocadas em cima.
Nesta fase caracterizada pela tristeza ou morozidade, o humor depressivo é, em geral, isolado ou acompanhado de forma transitória por alguns sintomas:
- Ansiedade mínima,
- Dificuldade discreta de adormecimento quando a tristeza predomina á noite, sensação de incapacidade acompanhada, por vezes, de uma discreta baixa do investimento escolar, recriminações para com os pais… podem ocorrer ideias de morte até mesmo um gesto suicida no contexto meramente impulsivo. Estes sintomas são sempre intermitentes. O adolescente mantém as suas actividades, os seus investimentos positivos como por exemplo, na escola, culturais, desportivos, afectivos, etc. quaisquer que sejam…
Em alguns casos, face a este humor depressivo, o adolescente pode adoptar comportamentos de luta, sobretudo quando receia a instalação de um estado depressivo mais duradouro. De entre esses comportamentos de luta, temos que citar as passagens ao acto: andar de mota a toda a velocidade, beber álcool, tomar um produto excitante, as drogas, ou mesmo, passar ao acto suicida…
Se a tristeza, o aborrecimento, a morozidade, não pertencem exactamente ao campo patológico tais estados podem rapidamente conduzir ao domínio patológico através dos diversos comportamentos como tinha citado anteriormente.
Quer se trate de aborrecimento, de tristeza ou de humor depressivo, é preciso insistir na intermitência destes estados, nas suas flutuações e nas suas rápidas alterações. O estado afectivo de base, permanece permeável as modificações, quer venham do meio ou da sucessão de pensamentos. Muitos adolescentes conhecem estes estados e, nas investigações e nas sondagens mais de metade destes indivíduos reconhece ter tido o tal momento, o momento depressivo, sem ter sido de grande duração. A flutuação, no aspecto temporário, são características essenciais o que deferência estes estados, dos observados na semiologia da depressão na adolescência. Encontramos aqui as diferenças importantes que a prevalência se sinaliza nos estudos epidemiológicos, segundo se considere o episódio depressivo major ou o conjunto dos problemas depressivos, como por exemplo, morozidade, crise ango-depressiva, depressividade e episódios depressivos major, distenia… quaisquer que sejam as designações atribuídas a estes estados no momento da adolescência.

A CRISE ANGO-DEPRESSIVA

Mais importante do estado de tristeza e de morozidade que acabamos de descrever, em alguns casos, o adolescente atravessa uma crise, por vezes, exclusivamente depressiva, mais comummente designada por ango-depressiva. Próxima da síndrome de ameaça depressiva esta crise ango-depressiva manifesta-se através dos seguintes sintomas:

- O aparecimento de ansiedade, até mesmo de angustia, com o seu sequito habitual de manifestações somáticas, quando é importante palpitação, sudação das mãos, nó na garganta ou sensações de desmaios, etc. Esta ansiedade é, muitas vezes, a primeira manifestação que precede a semiologia de cariz depressivo, que por vezes é alimentado pelo medo da tristeza. O adolescente receia os afectos de morozidade, tão só tristeza, assim como os pensamentos que acompanham estes afectos. Pouco a pouco, vão surgindo outros sintomas.

- O humor triste entrecruza frequentemente o estado ansioso. As crises de choro são particularmente frequentes, quotidianas ou pluriquotidianas. No discurso destas crises de choro, o adolescente pode ser invadido pelo receio de rebentar, de por ideias de morte, pensamentos suicidas.

- Dificuldades no sono: dificuldades de adormecimento, despertares nocturnos, pesadelos…

- Perturbações alimentares: em especial crises de bulimia com ou sem vomito espontâneo ou provocado ou, mais raramente, perde de apetite.

- Um discreto sentimento de desvalorização explícito sobre a forma de um receio particular relativamente a escolaridade. Quando aparecem dificuldades discretas de atenção e, como consequência, as notas escolares descem, pode desencadear-se uma reacção de catástrofe, vindo esta mesma de baixa rendimento justificar e reforçar o sentimento de desvalorização.
- São também frequentes ideias de morte, tal como uma tentativa de suicídio (em geral por medicamentos ou por automutilação), mais frequentemente no contexto reactivo e impulsivo.







. Em seguida falarei da evolução e relação temporal entre ansiedade e depressão, o síndrome depressivo grave e a diferença em relação ao adulto deprimido, a depressividade na adolescência e o problema dos equivalentes depressivos.

domingo, 30 de maio de 2010

Em que vivemos?


A inspiração advém, do que passaste, do que sofreste, daquilo que simplesmente és...
O que sou? O que não sou?
O que é que importa descobrir aquilo que somos, se somos manipulados por uma Sociedade Completamente Anarca, onde não existem regras, onde simplesmente fazem de ti uma marionete, num palco onde não podes exibir a tua peça, mas sim a peça que eles querem...
A sociedade é composta por duas grandes classes: aqueles que têm mais jantares que apetite e os que têm mais apetite que jantares...
É preciso que a sociedade tenha ódios para fazer as transformações com que progride, tal como a terra precisa de ser lavrada para ser fértil, toda a sociedade que pretende assegurar a liberdade aos homens deve começar por garantir-lhes a existência...