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sexta-feira, 22 de maio de 2009

"Educação Sexual"

As necessidades e desejos tradicionalmente têm sido temas árduos para a pesquisa em educação. Conformado na estreita divisão entre mente e corpo, o campo educacional frequentemente rejeita, abafa, desqualifica ou ressignifica os temas relativos à sexualidade, à normatização dos corpos, aos afectos envolvidos nas relações pedagógicas.
Ao mesmo tempo, tais temas e práticas, evidentemente, desafiam a todo momento os professores e professoras dos diversos níveis escolares, seja de forma mais evidente pelos índices crescentes de pais e mães adolescentes, ou pelas exigências de inclusão da educação sexual nos currículos escolares, como sugerido nos Parâmetros Curriculares Nacionais; seja por questionamentos mais sutis de práticas escolares sexistas ou das dificuldades em incluir projectos pedagógicos.
A educação sexual encontra-se regulamentada desde 1984, pela Constituição da Republica lei nº3/84 de 24 de Março de 1984 Portaria nº. 52/85 de 26 de Janeiros de 1985, bem como pela Lei de Bases do Sistema Educativo de 1986. Alguns anos as garantias do direito à saúde reprodutiva foram reforçadas pela Lei nº120/99 e, segundo o Plano Interministerial para a Educação Sexual e para o Planeamento Familiar, previa-se que até 2003, cerca de 90 por cento dos alunos deveria receber formação nas áreas da sexualidade humana, fisiologia da reprodução, doenças sexualmente transmissíveis (DST), relações interpessoais e planeamento familiar. Uma meta tanto mais importante quando se sabe que Portugal é o país da União Europeia com maior número de mães menores de idade. Apesar deste número ter vindo a decrescer nos últimos anos, só em 1997, segundo números fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística, cerca de 2500 adolescentes - entre os doze e os dezassete anos - foram parturientes, sendo que a larga maioria não retorna à escola.
Apesar de ter uma importante função preventiva, a educação sexual não devia cumprir um papel meramente informativo.
O erro está aí! Ao continuar a achar-se que a informação é o mais importante.
Não é, porque os adolescentes não têm a informação, é por não a usarem.
O mais importante, é o desenvolvimento do indivíduo no respeito por si próprio e pelo outro. Daí considerar que deva falar-se mais em "educação para os afectos" - onde, a par com aspectos de ordem prática, se dê particular ênfase às relações interpessoais - do que reduzir o conceito a "educação sexual".
A “ educação sexual”, não é como aprender a fazer sexo!
Mas mais do que orientar-se preferencialmente por uma ou outra abordagem, o fundamental, é que a escola, desde a pré-primária à universidade, defina com coerência de objectivos que pretende atingir. Mas as escolas, não têm objectivos e cada professor tende a actuar de forma isolada.
Assim, como é possível os alunos sentirem-se inseridos num contexto, quando não há uma identidade própria ou uma estratégia concertada?
A formação de professores é uma das áreas mais importantes para o sucesso dessa estratégia. Uma necessidade premente, demonstrado, nomeadamente, pelo crescente número de pedidos que a Associação para o Planeamento da Família (APF) tem vindo a receber para formação ou apoio a projectos de educação sexual nas escolas, inclusivamente nos estabelecimentos do 1º ciclo do ensino básico, embora nestes com menos frequência. A formação de formadores tem sido uma das principais apostas da instituição, tanto como meio de suprir a carência de formadores disponíveis como forma de aumentar a qualidade da resposta. Paralelamente a estas acções, também as escolas superiores de Educação e as universidades têm vindo a ser solicitadas no sentido de incluírem temas de educação sexual e Formação pessoal e Social nos currículos dos diversos cursos, quer no que respeita à formação inicial, quer à formação contínua.
Temos direito como seres humanos à educação.
Temas e Conteúdos:

Evolução da sexualidade infantil, Conselhos para o diálogo, Masturbação infantil, jogos Sexuais, Etapas de evolução Psicossexual, Mitos e deficiência, crenças e preconceitos sobre a sexualidade dos deficientes, desenvolvimento sexual e afectivo, atitudes das famílias face ao desenvolvimento sexual e afectivo, a sexualidade & Amor.
Pedagogia Sexual, normas e Valores.
O conhecimento da carta dos Direitos Sexuais e Reprodutivos.


EDUCAR É PREVENIR.

terça-feira, 5 de maio de 2009

"Pensar é Transgredir"


Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada.

Parece fácil: Escrever a respeito de coisas é facil!, já me disseram. Eu sei. Mas nao é preciso realizar nada de espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado.

Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; Qualquer segurança.

Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o mau. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo à possivel dignidade.

Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, "na liberdade do pensamento", desse espírito de manada que trabalha obstinamente para nos enquadrar, seja lá no que for.

E que o mínimo que façamos seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.