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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Ansiedade, TABU para todos!




- A ansiedade é importante, quando se encontra na dose certa. Dá energia e forças para vencer os desafios e lutar contra as dificuldades. Quando é exagerada, torna-se paralisadora.
- E quando o desconforto e o sofrimento dificultam a entrada numa nova situação, que poderia até parecer um promissor desafio? E quando a incompreensão das pessoas aumenta a vergonha, a dificuldade de enfrentar e a vontade de fugir? E quando isto se passa com crianças ou mesmo em Adultos (cada vez mais usual)?
- Primeiro dia de entrada na escola, primeiro dia do 2.º ciclo, primeiro dia do ensino secundário, primeiro dia de entrada na universidade, o primeiro dia de trabalho, ou mesmo enfrentar o chefe?
Estas são algumas datas marcantes na vida de um ser humano. São momentos de felicidade, mas também de alguma angústia. Angústia que acompanha igualmente, muitas vezes, os testes e, principalmente, os exames e a confrontação!

- A ansiedade é importante, quando se encontra na dose certa. Dá energia e forças para vencer os desafios e lutar contra as dificuldades. Quando é exagerada, aí, torna-se paralisadora, bloqueador o pânico. O medo tolhe a acção, ou esta, torna-se muito penosa, muito sofrida, ou mesmo marcante para o resto da vida.

Como por Exemplo:

- Muitos se lembrarão de Fernando Mamede, um excelente atleta que, com a sua velocidade, chegou aos Jogos Olímpicos. O peso da responsabilidade de competições tão importantes, contudo, gerava nele uma ansiedade excessiva, produzindo pensamentos e emoções que o impediam de conseguir concretizar e concentrar-se, o que lhe era fácil quando livre dessa terrível ansiedade. Muitos portugueses não compreenderam o sofrimento deste atleta, que viu o seu esforço para atingir um sonho desfeito de forma inglória e dirigiram-lhe inúmeras acusações. São também muitos os familiares e os professores que não compreendem o sofrimento implicado pela ansiedade excessiva das crianças/jovens estudantes. "Isso é mimo", "Dois estalos e passava tudo", frases proferidas explicitamente ou nas entrelinhas do discurso, provocam-me revolta e levaram-me a escrever este artigo.

- À entrada das escolas, nos seus bancos, em casa antes da ida ou depois da chegada, muitas crianças sofrem dessa ansiedade face à escola. Pode ter a ver com a adaptação. Pode ter a ver com a realização de testes/trabalhos de avaliação/exames. Pode ter a ver com o convívio com os colegas. Pode ter a ver com o relacionamento com determinado professor, pode ser o relacionamento com os pais, ou mesmo momentos e recalcados no seu passado… Enfim, as causas podem ser muitas. Se algumas das crianças contam aos pais ou a um professor o que se passa, outras sofrem em silêncio. Com frequência são crianças bem-comportadas, muitas vezes até com muito bom rendimento escolar, ou então não…
Perante os silêncios, o problema tem que ser descoberto pela leitura dos sinais, em casa e/ou na escola: crianças que ficam sozinhas nos recreios ou procuram retardar a saída da sala de aula; crianças que têm dores de barriga, vómitos, ou dores de cabeça na véspera das aulas; crianças que, aparentemente sem razão, perdem o apetite ou mostram uma tristeza que não é habitual; crianças que choram sem apontarem motivo; crianças que se recusam a ir para a escola.
Tudo isto tem um significado! Tudo tem uma explicação plausível! Basta darem ouvidos e estarem preparados para serem pais ou professores.
Preocupa-me o facto de estas crianças ou mesmo adultos darem estes sinais e serem completamente desprezados, pois então, ficam a saber que isto é uma psicopatologia tratável na entrada da adolescência e mesmo na adolescência, sendo tal desprezada, pode gerar um problema crónico, depressões crónicas e ataques de ansiedade e de pânico constantes sem qualquer controlo.


- Descoberto o problema, é necessário iniciar uma intervenção que envolva o aluno, a família e a escola. Frequentemente, o início exige o combate a ideias como;
"Alguma coisa fizeram ao meu menino na escola.", "Isto é tudo mimo e passa com umas boas palmadas.", "Os pais estragam as crianças com mimo.", "O meu papel é ensinar, não é aturar estas "maluquices", "Parece mesmo um betinho.", Correspondentes a pais, professores ou pares da criança. A colaboração do Serviço de Psicologia e Orientação pode ter uma crucial importância, sendo um obstáculo de monta a sua inexistência em muitas escolas e a insuficiência de técnicos noutras em que o Serviço existe. Descobrir as causas dos medos (nem sempre conscientes para quem os sofre) é importante para estabelecer um plano de "ataque" gradual, com etapas que, envolvendo um certo grau de dificuldade para a criança, não sejam, no entanto, tão inexequíveis que a impeçam até de tentar. Alcançadas as primeiras vitórias, redefinem-se os objectivos, estabelecendo-se uma nova etapa. Este processo pode sofrer avanços e recuos (Como Qualquer Tratamento) e os adultos nunca devem colocar PRESSÃO. Devem antes servir de apoio, de conforto, de estímulo, de promotores de confiança. Os ganhos são festejados. Os retrocessos são devidamente enquadrados e desvalorizados.

- A ajuda a estas crianças requer persistência e uma grande compreensão. A batalha começa, como já referi, na luta contra os preconceitos e na aceitação de que a escola e os pais têm que dar as mãos na ajuda aos alunos, e não só. A escola joga um papel muito importante junto dos colegas destas crianças, criando estratégias de socialização que impeçam que elas sejam ostracizadas e que promovam a sua integração. Não deve ser posto de parte, quando os problemas persistem, o recurso a técnicos de saúde especializados, psicólogos, pedopsiquiatras é bastante importante.

- Quantas vezes não se consideram alunos com problemas apenas aqueles que têm mau comportamento ou mau aproveitamento! Sendo ignorados os olhares tristes de alunos que se comportam de acordo com o esperado pelo sistema! Quantas vezes o mau aproveitamento ou o mau comportamento não podem advir de problemas de ansiedade!

- Ajudar as crianças a lidarem com situações novas ou desconfortáveis estando ao seu lado e ajudando-as a procurar e utilizar estratégias adequadas.
Isto é contribuir para a sua felicidade presente e para a formação de adultos equilibrados e felizes.

Cada um fala por Si

"A felicidade é um problema individual. Aqui, nenhum conselho é válido. Cada um deve procurar, por si, tornar-se feliz."

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Falar Sobre Drogas!


Falar sobre drogas deixou de ser um "tabu", na sociedade, e a % de jovens consumidores Aumentou 45%...
Não se pode dizer que há uma única razão que leve ao consumo de drogas mas sim vários factores que podem influenciar o consumo ou o não consumo.
Estes factores podem ser individuais, sociais, familiares, ambientais e inerentes a cada substância.
- Cada vez existe mais informação sobre, as drogas, e os seus efeitos, mas não deixa de ser um acto praticável pela juventude, casualmente ou mesmo diáriamente!
Assim, podemos dizer que o "fruto poibido é o mais apetecido"....
Tendo as Suas Consequências. A Curto e a Longo Prazo.


Vou falar das Drogas leves onde tudo começa!

Nome científico: "Canabinóides"
Nomes de Rua: Chamon, Charro, Chocolate, Erva, Ganza, Hax, Hash, Liamba


- A cannabis, a mais popular das drogas ilegais, pode ser conhecida por diferentes nomes de rua como charro, chamon, liamba, erva, chocolate, tablete, taco, curro, ganza, hax, hash, maconha, óleo (óleo de haxixe), boi ou cânhamo. Os canabinóides são derivados da planta Cannabis Sativa e são considerados drogas psicadélicas (leves), alucinogéneas ou depressoras.

"Existem três formas de preparação":

•"marijuana ou erva" - preparada a partir das folhas secas, flores e pequenos troncos da Cannabis Sativa. Provém de várias “castas”, sendo a mais forte o Skunk (quanto mais forte, maior a quantidade de THC, a substância que provoca os efeitos).
•"haxixe" – preparado a partir da resina da planta fêmea, a qual é transformada numa barra de cor castanha, com o nome coloquial de "chamom". É potencialmente mais tóxico do que a marijuana, dado que o seu conteúdo em THC (até 20%) é superior ao desta (de 5% a 10%). Os tipos de resina ou haxixe mais comuns são o marroquino, o libanês e o pólen.
•"óleo de cannabis ou óleo de haxixe" – preparado a partir da mistura da resina com um dissolvente (acetona, álcool ou gasolina), que se evapora em grande medida e dá lugar a uma mistura viscosa, cujas quantidades em THC são muito elevadas (até 85%).
Estas substâncias são principalmente consumidas por ingestão e inalação. Quando fumada, a cannabis é misturada com tabaco em cigarros feitos manualmente ou em cachimbos. Em algumas culturas africanas ou do Caribe, bebem-se tisanas feitas com esta droga e água. Pode também ser preparada sob a forma de bolos (neste caso os seus efeitos são intensificados).

Apesar de ser principalmente usada para fins recreativos e sociais, terapeuticamente podem ser utilizada como antiemético oral para tratar as náuseas provocadas pela quimioterapia ou como relaxante.

A substância activa (delta9-tetrahidrocanabinol ou “THC”) é responsável por quase todos os efeitos característicos destas substâncias. As cannabináceas são absorvidas pelo pulmão ou pelo tracto gastrointestinal com rapidez, sendo depois assimiladas pelas gorduras do organismo, libertando-se no plasma. No Sistema Nervoso Central, o THC actua sobre um receptor cerebral específico, sendo a maior concentração nos gânglios basais, hipocampo e cerebelo.



ORIGEM:

- Os canabinóides derivam da planta Cannabis Sativa que é originária da zona do Mar Negro e do Mar Cáspio. Esta planta é utilizada há 12 000 anos como fonte de fibras para vestuário e cordoaria.

A primeira referência encontrada relativa a esta planta data de 2 737 anos A.C. e foi encontrada na farmacopeia do imperador Shen Nuna, sendo recomendada para tratar a malária, dores reumáticas e desordens femininas. Nos textos sagrados do hinduísmo, em particular no Atharva Veda (3.000 anos A.C.), existem também referências a esta planta. Foi sempre bastante popular no meio médico e farmacológico, embora as suas indicações terapêuticas sejam um pouco confusas. Na altura, parecia existir a crença de que a planta ajudava a diminuir o mal-estar provocado por "desarranjos" cíclicos ou crónicos. Até o Velho Testamento faz referência a esta planta (com o nome de kalamo) quando Salomão canta e louva as suas propriedades.

Em termos de consumo psicoactivo, é também uma das primeiras drogas com este tipo de evidências. A “História das Guerras Médicas” de Heródoto relata como os Escitas (povo da zona de origem da Cannabis Sativa) consumiam a planta para se intoxicarem (2.500 A.C.). No século XII, o Santo Ofício acusou qualquer pessoa que usasse cannabis de bruxaria, acusando inclusivamente Joana D’Arc, em 1430, de usar várias ervas para “ouvir vozes”. Nos séculos XII e XIII verifica-se um alargamento da sua utilização no mundo islâmico. No Egipto, existia tolerância em relação ao seu consumo, tendo este a função de diferenciar os integrados e os excluídos da sociedade, como foi descrito nas "Mil e uma Noites". A campanha de Napoleão no Oriente contribuiu também para a expansão desta droga, levando-a até aos meios letrados europeus.

A Cannabis Sativa foi introduzida nas Américas pelos espanhóis aquando das descobertas, tendo sido plantada no Chile no final do século XVI. Contudo, existem também teorias que defendem que esta planta existia no continente americano muito antes da sua descoberta. O rei Jaime I incentivou os colonizadores britânicos na América do Norte a cultivar a planta para conseguirem materiais para produção de cordas e velas para os navios da Armada Real. Mais tarde, durante a 2ª Guerra Mundial, o Departamento da Agricultura voltou a incentivar a plantação para produzir fibras para a indústria têxtil.

No século XIX, intelectuais e escritores europeus difundem no Ocidente o uso recreativo da Cannabis Sativa, enquanto que o médico particular da rainha Vitória da Inglaterra, após ter estudo a planta durante cerca de 30 anos, recomenda-a para casos de enxaqueca, insónia senil, depressões, estados epilépticos, cólicas e ataques de asma. De facto, durante todo este século, centenas de estudos e artigos foram produzidos a propósito das propriedades medicinais desta planta.

Nos anos 20, durante a Lei Seca dos Estados Unidos, assistiu-se a um aumento do consumo da cannabis como substituto do álcool, chegando a existir 500 "casas de haxixe" em Nova York. Dez anos mais tarde, o álcool volta a ser legalizado e a cannabis proibida. Para a proibição da droga, em muito contribuíram as acções de Anslinger que liderava o movimento de proibição ao álcool. Através dos seus filmes de propaganda, conseguiu veicular a ideia de que esta substância poderia tornar anjos em demónios.

Até ao início dos anos 60, o uso de cannabis estava restrito a um grupo reduzido de jovens estudantes e artistas. A partir desta altura tem um rápido crescimento, atingindo o seu auge com os hippies, que adoptaram esta droga como o seu principal símbolo. No final dos anos 70, este mercado era responsabilidade de vários pequenos importadores, existindo pouco intermediários entre esses e os consumidores, situação que rapidamente foi modificada devido à influência da proibição. O aumento da procura teve como consequência a apropriação do mercado grossista pelo sector criminal. Após este rápido crescimento, surgiu uma época de estabilização da procura, apesar de nos últimos anos ter surgido nova situação de crescimento rápido na Europa e Estados Unidos(Vendo também um aumento de popolação).

O consumo de cannabis, embora ilegal, é tolerado na Holanda desde 1976, sendo vendida nos chamados “Coffee Shops” livremente, desde que se cumpram determinadas restrições. Neste país houve um ligeiro aumento do número de consumidores, depois de vários anos com um número estável. Contudo, a Holanda mantém um número de utilizadores de cannabis na média europeia, acima do número de consumidores noutros paises europeus com políticas mais proibicionistas. Nos Estados Unidos, país com políticas extremamente duras em relação às drogas, o consumo não tem parado de aumentar.

Actualmente, os principais centros de produção estão a deixar de se localizar apenas no sul devido à maior tolerância e mudanças culturais dos países do norte. O principal produtor são os Estados Unidos, em particular alguns estados o norte e centro do país. Dado a sua fácil adaptação a qualquer clima e à acção do homem, a Cannabis Sativa espalhou-se por todo o planeta.



EFEITOS:

Os canabinóides podem provocar prazer, bem-estar, euforia, intensificação da consciência sensorial, maior sensibilidade aos estímulos externos, ideias paranóides, confusão de pensamentos, sonolência, relaxamento, instabilidade no andar, alteração da memória imediata, diminuição da capacidade para a realização de tarefas que requeiram operações múltiplas e variadas, lentificação da capacidade de reacção, défice na aptidão motora ou interferência na capacidade de condução de veículos e outras máquinas.

Quando ingerida em lugares desconhecidos com pessoas com pouca experiência, esta droga pode ter efeitos negativos como sintomas de ansiedade e ataques de pânico, aos quais se podem acrescer sintomas de depressão.

Em termos físicos pode ter consequências como o aumento da pressão arterial sistólica quando se está deitado e diminuição da mesma quando se está de pé. Aumento da frequência cardíaca, congestão dos vasos conjuntivais (olhos vermelhos), diminuição da pressão intra-ocular, foto-fobia, dilatação dos brônquios, tosse ou diminuição do lacrimejo.

Estes efeitos surgem repentinamente e persistem durante 2 a 4 horas, variando consoante as doses, da potência da droga, da maneira como é consumida, do humor do consumidor e das experiências anteriores.



RISCOS:

-Doses elevados podem provocar ansiedade, alucinações, ilusões e sensações de paranóia, resultando em sintomas de uma psicose tóxica.

-O consumo crónico pode também implicar o empobrecimento da personalidade que pode manifestar-se através de apatia, deterioração dos hábitos pessoais, isolamento, passividade e tendência para a distracção. De destacar é o “síndroma amotivacional” que se faz acompanhar de uma diminuição da capacidade de concentração e memorização.

-O consumo de canabinóides pode colocar o indivíduo em risco de desenvolver bronquite e asma. Para além disso, risco de cancro do pulmão aumenta, uma vez que o fumo é inalado mais profundamente. A nível endócrino, salienta-se a possível diminuição da testosterona, inibição reversível da espermatogénese no homem e a supressão da LH plasmática, que pode originar ciclos anovulatórios na mulher.

-As mulheres com consumos crónicos podem vir a ter filhos com problemas de comportamento.

-Torna-se perigoso misturar cannabis com álcool dado que a mistura pode provocar um colapso temporário e vómitos.

A possibilidade de overdose não se coloca. Seria necessário ingerir ou consumir doses astronómicas para causar overdose..
Ainda não são completamente conhecidas as consequências que a cannabis poderá ter para a saúde dos seus consumidores.

"Tolerância e Dependência".

-A tolerância ocorre apenas em grandes consumidores e a dependência é também reduzida.

Síndrome de Abstinência

-A síndrome de abstinência é leve e pode manifestar-se através de ansiedade, irritação, transpiração, tremores ou dores musculares.